PERGUNTAS SOBRE O UNIVERSO

 1.  Como se sabe a idade do universo?Há  várias formas de fazer esse cálculo. Uma delas é utilizar um índice numérico  conhecido como constante de Hubble, que relaciona a velocidade atual de expansão  do universo com a distância entre as galáxias. A partir dessa relação é possível  descobrir desde quando as galáxias estão se movimentando e, conseqüentemente,  quando o universo nasceu. Outra forma é considerar a idade das galáxias como o  limite mínimo para a idade do universo inteiro. Pode-se estabelecer esse tempo  pela análise das características das estrelas. Cor, temperatura e massa variam  de acordo com o estágio evolutivo em que o astro se encontra. Existem ainda  cálculos de física nuclear, que rastreiam isótopos radioativos em meteoritos. É  o equivalente ao carbono 14 usado para a datação de fósseis. 
2. Por que a noite é escura se há  tantas estrelas no céu?A teoria  mais aceita postula que, como o universo está se expandindo, as outras galáxias  se afastam velozmente da Terra. Esse movimento relativo produz um fenômeno  conhecido em inglês como redshift, em que a luz visível das estrelas passa a ser  percebida na Terra apenas em suas freqüências menos energizadas. Outra razão é  que a luz emitida por estrelas mais distantes ainda não chegou à  Terra.
3. O que aconteceria se a Lua  desaparecesse?A gravidade da  Terra e a da Lua se influenciam mutuamente. O sumiço repentino da Lua tornaria o  movimento de rotação da Terra caótico como o de um pião em baixa velocidade.  Seria catastrófico para a vida no planeta, com alterações drásticas do clima.  Períodos quentíssimos se alternariam, de forma aleatória, com fases de frio  glacial. Os animais com mais chances de sobrevivência seriam os aquáticos, já  que a temperatura da água varia mais lentamente. Embora um afastamento súbito da  Lua seja improvável, sabe-se que ela está se distanciando da Terra à razão de  alguns centímetros por ano. Por enquanto, não há motivo para pânico: bilhões de  anos nos separam de um afastamento da Lua capaz de provocar alterações em nosso  planeta.
4. Por que a Lua não tem  atmosfera?A gravidade lunar, um  sexto da da Terra, não consegue reter os gases que formam uma atmosfera. As  moléculas dos gases que formam a atmosfera da Terra estão em constante  movimento, mas para escapar para o espaço precisam ultrapassar a velocidade de  11 quilômetros por segundo. Só gases muito leves, como o hidrogênio, se movem  tão rápido. Para fugir à gravidade da Lua, basta a velocidade de 2 quilômetros  por segundo.
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5. Por que às vezes a Lua muda de  cor? A Lua, que durante o dia sempre é  "vista na cor branca, às vezes, durante a noite, assume um tom amarelado. Isso  porque nosso cérebro percebe a cor da Lua de maneira diferente nesses dois  períodos. Durante o dia, o céu azul, iluminado pelos raios solares, permite ao  cérebro perceber melhor a cor verdadeira do satélite. À noite, sem a  luminosidade do Sol, nosso cérebro tem maior dificuldade para calcular a cor  correta da Lua. Nos períodos mais secos do ano, esse efeito pode ser  intensificado em função de partículas de poeira e poluição suspensas na  atmosfera.
6. Há regras para a colonização do  espaço? Um acordo assinado pelos  países-membros da ONU em 1967, chamado de Tratado do Espaço, prevê que nenhum  país pode se apropriar de corpos celestes. Como o texto não faz referência  explícita a atividades comerciais ou científicas, tentou-se organizar esse tipo  de exploração em 1979, quando a ONU propôs o Acordo da Lua. Sem os apoios  americano e soviético, o projeto fracassou. Desde então, o entendimento é de que  o espaço é de uso comum. 
7. Por que o espaço é escuro mesmo  nas proximidades do Sol?A luminosidade  azulada que percebemos na Terra de dia é resultado da difusão dos raios solares  na atmosfera. A ausência de matéria que exerça função semelhante em outras  regiões do espaço torna-o escuro.
8. Por que existem estrelas de  diferentes cores?As cores das estrelas  variam em função de sua composição química e de sua temperatura. As estrelas  menos quentes, que queimam a 3 000 graus, têm coloração vermelha. As mais  quentes, nas quais a temperatura é de 30 000 graus, apresentam tons de azul.  
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9. Qual a maior estrela conhecida?  Em termos de massa e brilho, a maior  estrela é Pistola, na nebulosa de mesmo nome. Acredita-se que sua massa seja 100  vezes maior do que a do Sol e que emita 10 milhões de vezes mais luz. Levando-se  em conta apenas o tamanho – e não a massa –, a maior estrela conhecida é uma  gigante vermelha no sistema VV Cephei, cujo raio é 4 000 vezes maior do que o do  Sol. Se fosse colocada no lugar do Sol, ela engoliria Mercúrio, Vênus, Terra,  Marte e Júpiter. 
10. Por que os gases dos planetas  gasosos e das estrelas não se espalham pelo espaço?Assim como qualquer corpo dotado de massa, os planetas  gasosos e as estrelas têm um campo gravitacional. É a força da gravidade que  impede o gás de se dissipar. 
11. As estrelas podem se apagar um  dia?Pode levar bilhões de anos, mas  todas as estrelas um dia deixam de emitir energia luminosa. Isso pode acontecer  de três formas. As estrelas de menor massa se transformam em anãs brancas e  perdem o brilho aos poucos. As estrelas de maior massa explodem. A seguir,  transformam-se em estrelas de nêutrons ou, se tiverem a massa muito grande, em  buracos negros. 
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12. O que aconteceria com um  astronauta se ele caísse num buraco negro?O campo gravitacional nas imediações de um buraco negro  destruiria o astronauta e sua nave antes mesmo que eles cruzassem o que os  físicos chamam de "horizonte do evento" – ou seja, a região que circunda o  buraco negro de onde não é possível retornar. 
13. Um buraco negro pode engolir  outro?Teoricamente, não existem limites  para a massa que os buracos negros podem engolir. Portanto, eles poderiam  absorver matéria indefinidamente. Um buraco negro não pode engolir outro, mas  eles podem se unir, formando buracos negros ainda maiores. 
14. Por que um Boeing não consegue  entrar em órbita?Para entrar em órbita,  qualquer objeto precisa voar acima da "velocidade de escape" da Terra – mais ou  menos 33 vezes a velocidade do som na superfície do planeta. Nenhum avião  convencional chegou perto dessa velocidade, muito menos os Boeing comerciais,  que são subsônicos. Ainda que atingisse essa velocidade, o Boeing não se  sustentaria em órbita, devido à ausência de ar.
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15. O que aconteceria com um  astronauta que se desprendesse da estação em órbita da  Terra?Se ele simplesmente se soltasse,  seu destino seria vagar pelo espaço, sendo lentamente puxado para a Terra pela  força gravitacional do planeta.
16. Como seria o universo se a  antimatéria tivesse prevalecido sobre a matéria?Seria exatamente igual ao nosso, desde que a antimatéria  tivesse prevalecido sobre a matéria na mesma proporção em que atualmente a  matéria prevalece sobre a antimatéria. A única diferença é que todas as cargas  positivas seriam negativas e vice-versa. Se houver dois universos paralelos, um  constituído de matéria e outro de antimatéria, os dois poderão existir e se  desenvolver nas mesmas condições desde que nunca haja contato entre eles. "Se  uma pessoa feita de matéria se encontrasse com outra feita de antimatéria, as  duas se anulariam mutuamente", explica o físico Carlos Escobar, da Unicamp.  
17. Como os astronautas se orientam  no espaço, onde as bússolas não funcionam?A orientação é feita por um conjunto de sensores, que  determinam a posição relativa da nave com relação às estrelas e ao Sol, além de  rastreadores GPS, que determinam tanto a posição na órbita quanto a orientação.  Fora da órbita da Terra, entretanto, o GPS torna-se inoperante. A nave também é  constantemente monitorada pelo controle na Terra. Em caso de falha de algum  sistema, os astronautas podem calcular sua posição no espaço por meio da  observação do Sol, da Terra e das estrelas. 
18. Existem outras dimensões além das  quatro conhecidas (comprimento, altura, profundidade e  tempo)?A teoria conhecida como  superstring (supercorda) propõe a existência de dez dimensões. Ao longo da  evolução do universo, essas dimensões teriam sido embutidas nas quatro que  conhecemos hoje. 
19. É possível viajar no  tempo?Santo Agostinho dizia que os  profetas eram pessoas especiais a quem Deus dava o dom de viajar pela linha do  tempo. Por muitos anos essa questão ocupou as mentes mais brilhantes do século  XX, como Albert Einstein e Stephen Hawking. A Teoria da Relatividade deu um  passo gigantesco rumo a uma resposta satisfatória ao propor um modelo em que a  luz se torna constante enquanto o tempo se deforma na percepção de um observador  em movimento. Quanto mais rápido ele viaja, mais longo fica cada segundo em  comparação ao que ficou parado. O físico Kip Thorne, do Instituto de Tecnologia  da Califórnia, demonstrou que, em tese, é possível viajar no tempo pelos  chamados "buracos de minhoca", nome dado a estruturas cósmicas remanescentes do  Big Bang que conectam como túneis dois pontos distantes do universo. Mas a tese  encontra obstáculos – o mais interessante deles é o chamado "paradoxo do avô",  em que alguém volta no tempo, mata o ascendente paterno e, portanto, não poderia  nascer. Além disso, ela implica o domínio de tecnologias de deslocamento no  espaço totalmente fora do alcance da humanidade atual. 
20. Qual a possibilidade de haver  outros universos além do nosso?Algumas  teorias falam da existência de múltiplos universos. O astrônomo americano Alan  Guth sustenta que nosso universo poderia ser apenas uma bolha em uma árvore de  infinitas bolhas. Segundo a teoria dos múltiplos universos, eles nascem e se  desenvolvem independentes uns dos outros. Para certos estudiosos, poderia haver  pontos de contato entre esses universos.
21. A matéria escura, que responde  por 23% de tudo o que existe no universo, é realmente  escura?Não. O termo serve para indicar  que essa matéria é incapaz de produzir energia – ou seja, de emitir radiação  eletromagnética.
22. Por que os planetas são  redondos?A esfera é a única  figura geométrica na qual todos os pontos da superfície estão à mesma distância  do núcleo. É natural, portanto, que corpos com grande quantidade de massa e  forte campo gravitacional, que tudo atrai para seu núcleo, se tornem esféricos.  Na verdade, os planetas não são totalmente redondos. São ligeiramente achatados,  devido ao movimento de rotação. 
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23. O que é uma tempestade  solar?Os gases próximos à superfície  solar, mantidos a altíssimas temperaturas, liberam constantemente prótons e  elétrons. Esses elementos permanecem num estado da matéria conhecido como  plasma. De tempos em tempos, algumas regiões do Sol com campo magnético mais  intenso atraem e acumulam esse plasma. Forma-se uma espécie de manto que impede  a saída dos novos prótons e elétrons. As partículas acumuladas vão pressionando  o manto de plasma, que se rompe, resultando em labaredas gigantes que liberam no  sistema solar os prótons e elétrons que estavam retidos. Essas partículas viajam  pelo espaço e chegam aos planetas. O campo magnético da Terra e a atmosfera  funcionam como um escudo que blinda nosso planeta contra esse tipo de radiação.  A vida seria impossível se ele chegasse à Terra com toda a sua intensidade.  
24. Por que o Sol é vermelho na  aurora e no poente?A luz do Sol  é constituída pelas sete cores do arco-íris: violeta, anil, azul, verde,  amarelo, laranja e vermelho. A luz normalmente se propaga em linha reta, mas na  atmosfera os raios solares colidem com moléculas dos gases que a compõem e se  espalham. Os de menor comprimento de onda, como o azul, são os que mais se  espalham. Por isso o céu é azul. "No nascer e no fim do dia, quando vemos o Sol  no horizonte, os raios precisam atravessar um caminho muito mais longo na  atmosfera", explica Mikiya Muramatsu, coordenador do Laboratório de Óptica do  Instituto de Física da USP. Apenas o laranja e o vermelho, mais longos, alcançam  a região visível aos nossos olhos. É por isso que vemos o céu avermelhado nesses  períodos do dia.
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25. Tudo no universo é feito de  átomos?Análises realizadas pela sonda  espacial Wilkinson, da Nasa, mostram que o universo é composto de 72% de energia  escura, 23% de matéria escura, 4,6% de átomos e menos de 1% de neutrinos. Na  prática, isso quer dizer que menos de 5% do universo é feito do tipo de matéria  que conhecemos e é visível aos nossos olhos.
26. Por que o astrônomo Carl Sagan  dizia que os humanos são feitos de poeira estelar?A afirmação alude ao fato de que somos feitos dos  mesmos elementos que deram origem às estrelas e aos demais corpos celestes. Até  mesmo os elementos químicos característicos dos seres vivos – como carbono,  nitrogênio e oxigênio – são sintetizados nas fornalhas nucleares no interior das  estrelas. Liberados quando uma estrela explode, esses elementos são incorporados  a uma nova geração de estrelas, aos planetas que se constituem a seu redor e às  formas de vida que vierem a se desenvolver nesses planetas. 
27. Todos os planetas giram em torno  do próprio eixo?Sim, por duas razões.  Primeiro, porque os planetas tendem a conservar o estado de movimento inicial da  matéria que os formou. A mesma atração gravitacional que mantinha gases e poeira  em movimento – antes de reuni-los na forma de planetas – mantém hoje a rotação.  "Tecnicamente, chama-se isso de conservação do momento angular", diz o astrônomo  Francisco José Jablonski, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Os  planetas também estão sujeitos a influências gravitacionais de outros corpos,  como estrelas e satélites, que ajudam a definir seu eixo de rotação. Dentro  desses parâmetros, há todo tipo de excentricidade. Vênus, por exemplo, gira em  sentido contrário ao dos demais planetas.
28. O que aconteceria se a Terra  parasse de girar?Sem a rotação,  responsável pelos dias e pelas noites, a incidência de luz na superfície seria  determinada pelo movimento da Terra em torno do Sol. O dia terreno passaria a  ter a duração de um ano, metade dele com luz solar e a outra metade no escuro. O  longo dia seria tórrido como Vênus (400 graus), enquanto a noite seria gelada  como Júpiter (100 graus negativos). Há dois cenários teóricos possíveis. No  primeiro, os oceanos se congelariam durante a longa noite de um dos lados do  planeta e a Terra mergulharia numa era glacial. No segundo, a evaporação intensa  das águas dos oceanos durante o dia criaria um efeito estufa de grandes  proporções. O resultado seria um calor brutal. Em qualquer das hipóteses, a vida  seria praticamente impossível.
29. Por que os quatro primeiros  planetas do sistema solar são rochosos e os mais distantes são  gasosos?Logo após a formação do Sol, há  4,5 bilhões de anos, as moléculas de gás e poeira que circulavam ao seu redor  começaram a se juntar, formando embriões de planetas. O vento solar acabou por  soprar os gases para longe, formando os planetas gasosos, mais distantes. Mais  pesada, a poeira formou os planetas próximos ao Sol. "Quanto ao tamanho, os  planetas gasosos costumam ser maiores do que os rochosos porque é mais fácil  aglomerar gás do que partículas", explica o astrônomo Eduardo Janot, professor  do Instituto Astronômico e Geofísico da USP. 
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30. Que planetas giram em velocidade  mais rápida?O planeta que gira mais  rápido em torno do próprio eixo é Júpiter. Apesar de ser o maior do sistema  solar, leva apenas 9,8 horas para completar uma volta. O mais lento é Vênus,  cuja rotação demora 243 dos nossos dias. Na translação, o recordista é Mercúrio,  cujo ano dura apenas 88 dias. A velocidade decorre da proximidade com o Sol, que  exerce sobre ele forte atração gravitacional. O mais lento é Netuno: demora 165  anos terrestres para dar uma volta em torno do Sol.
31. O que aconteceria se a Terra  tivesse a baixa gravidade de Marte?Se a  gravidade da Terra caísse dos atuais 9,8 metros por segundo ao quadrado e se  igualasse aos 3,7 metros por segundo ao quadrado de Marte, a atmosfera terrestre  escaparia lentamente para o espaço. Como gravidade, pressão e temperatura estão  interligadas, a água do mar poderia entrar em ebulição mesmo a 25 graus. Até a  Lua se afastaria da Terra. "Ela seria ejetada para fora do sistema solar", diz o  astrofísico Jorge Ernesto Horvath, da Universidade de São Paulo.
32. As nuvens existem na Terra desde  que ela nasceu?Não. Quando o planeta  surgiu, há 4,5 bilhões de anos, era quente demais para permitir a existência de  nuvens, formadas de gotículas de água. Estima-se que as primeiras nuvens tenham  aparecido há 3 bilhões de anos, com uma composição diferente da atual. Como  mostram análises geológicas feitas em rochas, além de água as nuvens do passado  continham metano, amônia, hidrogênio, hélio e gás carbônico. 
33. O tempo passa de maneira  diferente para os astronautas que orbitam a Terra a bordo da Estação Espacial  Internacional?A hora marcada por  relógios atômicos colocados em órbita acusa diferenças sutis da ordem de  nanossegundos. Esse fenômeno é chamado dilatação gravitacional do tempo. Para um  astronauta na Estação Espacial Internacional, o tempo passa mais rapidamente do  que para quem está na Terra, mas a diferença é imperceptível para os relógios  comuns.
34. E se o núcleo da Terra  esfriasse?Se o núcleo terrestre  esfriasse, o magma se solidificaria. Não haveria mais erupções vulcânicas nem  terremotos, já que eles resultam do deslocamento das placas tectônicas sobre o  magma. O planeta perderia seu magnetismo, que é produto do movimento de metais  magnéticos presentes no núcleo. As espécies de águas profundas, dependentes do  calor gerado pela desintegração de elementos radioativos no núcleo terrestre,  desapareceriam. Isso desequilibraria a cadeia alimentar nos oceanos, levando à  extinção em massa. Apesar das mudanças, a superfície do planeta não se  congelaria, pois 90% do calor que aquece a Terra vem do Sol.
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35. Por que não podemos viver sem gravidade?
O corpo humano reage de modo  intenso a alterações na força gravitacional que age sobre ele. Os astronautas  que passam longos períodos no espaço, onde a gravidade é quase nula, sofrem de  enjôos, desorientação e insônia. A falta de gravidade também altera a circulação  sanguínea, causa descalcificação dos ossos e atrofia dos músculos. Alguns  microorganismos, como a salmonela, tornam-se mais agressivos quando vivem em  ambientes quase sem gravidade. 
36. Por que os meteoritos produzem  cores brilhantes no céu e até parece que estão parados, segundo alguns  observadores?As cores brilhantes são  resultado da queima na entrada da atmosfera de substâncias diferentes que  compõem o meteorito. Cada metal emite uma freqüência diferente de luz quando se  queima. Qualquer objeto viajando diretamente na direção dos olhos de um  observador pode parecer parado. O desconhecimento desses dois fenômenos naturais  faz com que muitos observadores jurem ter visto objetos voadores não  identificados. 
37. Como se observam os planetas fora  do sistema solar?Ainda não é possível  observar diretamente os planetas fora do sistema solar, porque a luz das  estrelas em torno das quais eles orbitam os ofusca. A maior parte dos cerca de  300 planetas conhecidos fora do sistema solar foi descoberta pelo método da  velocidade radial. Ao se observar a estrela-mãe e se constatarem pequenas  variações em sua velocidade de órbita, deduz-se que ela esteja sendo afetada  pela presença de planetas. Outro método consiste em avaliar se ocorre uma  oscilação regular na posição da estrela, sinal de que há um planeta em sua  órbita cuja gravidade a atrai. Uma terceira técnica consiste em observar se há  uma diminuição regular da luz da estrela-mãe, o que é causado pela passagem de  um planeta à sua frente. Por meio desse método, também é possível analisar as  cores da luz absorvida pela atmosfera de alguns planetas e detectar a presença  de elementos químicos, como o sódio, ou materiais orgânicos, que são típicos de  planetas, e não de estrelas.
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38. Qual a probabilidade de cair na  Terra um asteróide como o que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de  anos?Todos os asteróides que cruzam a  órbita da Terra são potencialmente perigosos. Mas somente objetos com tamanho  acima de 140 metros de diâmetro podem provocar danos graves. Catástrofes como a  extinção dos dinossauros envolvem asteróides com mais de 10 quilômetros de  diâmetro. Estima-se que um corpo celeste dessa proporção se choque com a Terra a  cada 100 milhões de anos, mas, como esse é um evento de natureza aleatória, é  impossível prever impactos futuros. Pelo que se sabe, não há nenhum asteróide  com mais de 1 quilômetro de diâmetro em rota de colisão com a Terra.
39. O que se espera descobrir com o  novo telescópio espacial James Webb?O  telescópio que substituirá o Hubble será lançado em 2013 com a missão de obter  dados sobre a formação das primeiras estrelas e planetas. Também deverá captar  imagens que permitam entender melhor a formação e a aglomeração das galáxias. O  James Webb, que ficará posicionado a 1,5 milhão de quilômetros de distância da  Terra – ou seja, quatro vezes mais distante do que a Lua –, terá um espelho de  6,5 metros de diâmetro, detectores de infravermelho ultrapotentes, e será capaz  de captar sete vezes mais luz do que o Hubble. 
40. E se Albert Einstein nunca  tivesse nascido?Diz-se que a Teoria da  Relatividade Especial, proposta por Einstein em 1905, jogou a ciência dez anos  para a frente. Sua segunda grande descoberta, a Teoria da Relatividade Geral,  adiantou os ponteiros do conhecimento em cerca de cinqüenta anos – desde que,  claro, a teoria de 1905 tivesse sido posta de pé. Portanto, a resposta é: se  Einstein não tivesse feito o que fez, a física atual estaria hoje no patamar em  que estava no fim da Segunda Guerra Mundial.
Colaboraram nesta seção: Augusto Damineli, astrônomo | Eduardo  Janot, astrônomo | Francisco Jablonski, astrônomo | Jaime da Rocha, astrônomo |  José Monserrat Filho, especialista em direito espacial | Jorge Ernesto Horvath,  astrofísico | Maria Assunção Silva Dias, meteorologista | Mikiya Muramatsu,  físico | Oswaldo Duarte Miranda, astrônomo | Paulo Artaxo, geofísico | Petrônio  Noronha de Souza, engenheiro aeroespacial | Victor Rivelles, físico | Walmir  Cardoso, astrônomo | Yara Marangoni, geofísica
PROFESSORA ROSANE SANTOS











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